sexta-feira, 20 de janeiro de 2012


Sou Hipnotizável?

Por Luiz Antonio Perilo Velloso

Uma das dúvidas mais comuns sobre o estado hipnótico está relacionada ao “ser” ou não hipnotizável. A moderna hipnose, com a adoção de técnicas diversificadas, personalizando a indução, de acordo com características da personalidade e do comportamento de cada sujeito, praticamente possibilita a todas as pessoas serem hipnotizadas, desde que necessitem e queiram.
A indução, através de metáforas, consegue, muitas vezes, quebrar a barreira do consciente, permitindo acesso ao subconsciente, de forma mais efetiva e menos invasiva. Faça você mesmo um teste. Abaixo segue um texto. Siga a seguinte orientação:

1.      Leia o texto, sem interrupção;
2.      Faça nova leitura, dedicando mais tempo àquilo que lhe despertou mais atenção;
3.      Feche os seus olhos e deixe sua imaginação “viajar”no que acabou de ler;
4.      Não tenha pressa, nem se imponha nada. Deixe que sua “viagem” flua, naturalmente;
5.      Abra os olhos e tente fazer as conexões do que acabou de ler com a sua vida;
6.      Se seguiu corretamente as instruções, provavelmente. Você experimentou um estado hipnótico, mesmo que superficial:

“Nasci do ventre de uma montanha, num dia de muito Sol. Era uma tênue lâmina d’água, mas à medida que me afastava do colo de minha mãe, sentia minhas águas incharem. E, assim, pequeno e apavorado, comecei a lançar meus pequenos braços na empreitada de abrir caminhos.

Mais tarde, já me sentindo seguro, conheci novas impressões. Vi muitas paisagens e, confesso que, por muitas me encantei tanto, a ponto de, dobrando-me por curvas desnecessárias, tentar retardar a despedida…

Mas, rio que nasci, tinha que seguir meu curso. Sabia que muitas outras paisagens e passagens ainda viriam. Também de novas luzes e novas sombras. Que cruzaria o dia e a noite também… Previa os pesos e alívios, os rasos e os profundos, os secos e os alagados…

Muitas vezes pensei ser rei e me vi apenas espada. Outras tantas julguei-me espada e vi-me um rei, sem espada. Apesar das incertezas, tinha um grande sonho: tornar-me um rio de extensas águas, com uma enorme margem. Já ouvira falar de rios assim e queria ser um deles. Sonho e temores… Afinal, teria que aceitar pequenos riachos e pobres águas paradas fazendo parte de mim. Além disso, teria que superar pedras enormes que via à minha frente e poderiam me represar. Pior ainda, outros rios que, como eu, seguiam seus cursos e, provavelmente, tentariam interromper o meu.

Já há algum tempo, venho observando um rio que, gradativamente, se aproxima de mim. Pela voz, forte e imponente, me deixa a impressão de querer tomar-me em suas águas. Em vão tento modificar meu curso, temendo o encontro. Agora, poucos metros nos distanciam e percebo-lhe tranquilidade e simpatia na voz. Quase um eco da minha voz. Quanto a distância distorceu minha percepção! O que julguei arrogância e intimidação, na realidade fora um grito de dor ao quebrar-se numa enorme queda, vencer as pedras e abrir seu curso que, à custa de muito sofrimento ele conseguiu superar. Acabo de estender-lhe um de meus braços e o mesmo ele faz. E, assim é que nos fazemos a mesma proposta: unirmos nossas águas. Dessa forma, seremos grandes mais depressa. Assim, também, mais rápido chegaremos ao MAR”.

Matéria originalmente publicada pelo site Portal CMC, no seguinte link:

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