domingo, 26 de fevereiro de 2012



Hipnoterapia como tratamento coadjuvante na Obesidade






Como a hipnose pode ajudar no tratamento da obesidade? Primeiramente vamos repensar no conceito da obesidade…
Podemos pensar na obesidade de forma diferente, como o resultado do pensamento do paciente sobre ele mesmo e sobre os alimentos, e a hipnose pode fazê-lo mudar esses pensamentos. Lembramos que a espécie de comida que uma pessoa aprecia é resultado do condicionamento. O paciente precisa estar motivado para tornar-se esbelto, modificar o estilo de vida, modificar seus pensamentos sobre os alimentos e sobre ele mesmo, aderir à atividade física prazerosa e a uma alimentação saudável e favorável. Os objetivos do tratamento com a hipnoterapia são: prevenir o aumento do peso; reduzir o peso atual e manter o peso adequado a longo prazo.
Nos tempos de informação disponível na internet, nem sempre precisa e verdadeira, grande parte dos pacientes, ao optar pelo tratamento coadjuvante pela hipnose, querem entender, opinar, interagir e, se possível, escolher o melhor caminho diante das variáveis disponíves. A equipe de profissionais (nutricionistas, endocrinologistas, entre outros) precisa estar preparada para compreender os anseios dos pacientes, dialogar e instruí-los corretamente.
O PERFIL DO OBESO
É importante avaliar a história clínica do paciente com perguntas detalhadas, o que orientará a fraseologia apropriada durante a hipnose. Algumas questões são avaliadas a fim de estruturarmos a conduta durante a hipnose, são elas: o ambiente em que o paciente vive, seu comportamento alimentar, suas crenças e valores, suas habilidades e recursos, sua identificação ou não com a imagem de gordo.
Percebe-se que a queixa típica do paciente com obesidade é chegar ao consultório contando que já tentou inúmeras vezes fazer dieta e só ingere aliemntos saudáveis, mas em determinado momento ingere alimentos altamente calóricos, que aliviam a ansiedade do momento. Posteriormente, sentem-se arrependidos por não ter podido controlar a ingestão de alimentos e muitas vezes se sentem culpados. A avaliação do que o paciente faz, pensa e sente imediatamente antes, durante, e logo depois de um episódio de compulsão alimentar proporciona subsídios para criação de sugestões hipnóticas terapêuticas. Esses pacientes apresentam autoestima muito baixa e desconforto com a imagem corporal. Há uma relação direta entre ansiedade, traço de personalidade e obesidade, e quanto maior a frequência dos episódios de compulsão alimentar, maior a preocupação com a imagem corporal. Pacientes obesos constituem uma subpopulação que responde menos aos tratamentos comportamentais convencionais para abaixar o peso e apresentam altos índices de transtornos de humor e de ansiedade.
Estados de humor disfóricos, estados de ansiedade, fome intensa e grande dificuldade no controle de impulsos frequentemente desencadeiam Transtornos Alimentares. Além disso, esses pacientes apresentam aumentada ansiedade interpessoal e percebem-se como inadequados no seu funcionamento social e pessoal. Portanto, quando um paciente obeso procura auxílio médico, deve-se obter detalhadamente história clínica e requisitar alguns exames laboratoriais, a fim de afastar alguma doença orgânica relacionada ao aumento do peso corporal.
O paciente com obesidade decorrente do excesso de ingestão de alimentos sem causas orgânicas geralmente planeja suas atividades sociais em torno da alimentação; seu ato de alimentar-se está vinculado às circunstâncias externas, não aos sinais internos do seu corpo sinalizando fome e, frequentemente, apresenta um dos seguintes motivos: recompensar-se, divertir-se, negar uma experiência agradável, ser notado (por incrível que pareça), necessidade de amor, medo (medo de tornar-se atrativo, medo da sexualidade).
COMO A HIPNOSE PODE AJUDAR NO TRATAMENTO DA OBESIDADE?
A hipnose cataloga um conjunto de procedimentos que potencializam certas capacidades preexistentes nos indivíduos, amplia as habilidades pessoais, incluindo as suas habilidades ocultas, tais como a capacidade para reduzir a experiência subjetiva de dor ou a capacidade para adaptar-se melhor a uma modificação nas circunstâncias. A hipnose fortalece as pessoas para descobrirem e desenvolverem forças nelas mesmas, que elas não sabiam que tinham, e as consequências na vida das pessoas frequentemente são nada menos do que extraordinárias.
A hipnose é uma situação ou conjunto de procedimentos nos quais uma pessoa designada hipnólogo sugere que uma outra pessoa designada paciente, experiencie várias modificações na sensação, percepção, cognição ou no controle sobre o comportamento motor. A hipnose é meramente o uso de sugestão, atenção focalizada em um relacionamento terapêutico, para auxiliar o paciente a modificar a percepção, emoção e/ou comportamento. O paciente durante a hipnose, aprende a modificar o seu estilo de vida, o que ele pensa e como ele pensa influencia como o seu corpo reage.
Mas atenção, somente profissionais capacitados e especializados podem realizar a hipnoterapia!
Referências Bibliográficas:
FERREIRA, MVC. Tratamento coadjuvante pela Hipnose. Rio de Janeiro, RJ. Editora Atheneu, 2008.
SILVA RT. Hipnose e obesidade. Anais do VII Congresso Pan-Americano de Hipnologia e Medicina Psicossomática, Belo Horizonte, 1982.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012


Hipnose e infertilidade

Não existem muitos estudos que comprovem que a hipnose seja um tratamento eficaz contra a infertilidade. Todavia, cada vez mais aparecem estudos com resultados impressionantes. Um deles até sugere que a hipnose consegue dobrar a chance de uma mulherengravidar quando feita em conjunto com a fertilização in vitro  (FIV) [fonte: Diário de Fertilidade e Esterilidade]. Assim como a acupuntura, a hipnose possui uma longa história e foi até mesmo incluída na medicina ocidental desde o fim do século 19, quando os médicos a utilizavam para auxiliar na sedação de pacientes emcirurgia.

O processo da hipnose geralmente começa quando um terapeuta habilitado pede a uma pessoa que direcione sua atenção para um ponto ou ideia específica. Isso resulta em um estado de sonolência ou transe em que o paciente se torna mais receptivo a sugestões. Quando a hipnose é utilizada para tratar doenças, vícios ou sintomas, é conhecida comohipnoterapia.

Acredita-se que a hipnoterapia seja um tratamento eficaz para uma variedade de doenças, incluindo ansiedade, insônia, gerenciamento da dor e doenças relacionadas ao cansaço. Algumas mulheres usam a hipnoterapia para aliviar dores ligadas ao trabalho. O sucesso da hipnoterapia é atribuído aos mesmos fatores observados na acupuntura. Pacientes que estão passando pela hipnoterapia podem ser capazes de diminuir a pressão arterial ou melhorar a função do sistema imunológico, os quais podem ser benéficos para uma mulher que deseja engravidar. As mulheres também podem ser capazes de equilibrar seus níveis hormonais, o que pode aumentar as chances de gravidez. Outro benefício inclui a redução de padrões de estilo de vida não saudáveis, como o fumo e a obesidade, que podem diminuir a fertilidade em homens e mulheres.

Entretanto, em caso de infertilidade, o efeito da hipnoterapia sobre a ansiedade e o cansaço pode ser o fator mais importante. A hipnoterapia pode ser eficaz sozinha, mas muitos estudos focam a hipnoterapia usada em conjunto com a fertilização in vitro.

Em 2006, uma equipe da Universidade Soroka, em Israel, acompanhou mulheres que passavam pelo processo de fertilização in vitro. Algumas delas foram hipnotizadas durante o estágio de transferência do embrião, um processo cansativo que pode ser impedido por contrações uterinas. O estudo mostrou que 28% das mulheres hipnotizadas engravidaram, comparado aos 14% das mulheres que não receberam a hipnoterapia. Os pesquisadores atribuíram o sucesso da hipnoterapia ao relaxamento, que pode ter reduzido as contrações uterinas [fonte: Our Jerusalem (em inglês)].

Mas os críticos não ficaram convencidos. Muitos deles apontam para as falhas da pesquisa que poderiam invalidar as descobertas. Apesar disso, o estudo teve um impacto ao estimular outros estudos sobre os efeitos da hipnoterapia na infertilidade.

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Matéria originalmente publicada no site HowStuffWorks, no seguinte link:

Hipnose em Dermatologia


Pele e Psiquismo 

Considera-se que a mente tem dois aspectos: a parte consciente e a parte inconsciente. A mente consciente, que focaliza nossa atenção a cada momento, processa apenas cinco a sete estímulos simultaneamente. O que ultrapassar esse limite é excluído da mente consciente.

Todo o resto da nossa vida, das nossas ações e dos processos orgânicos se desenvolve sem que precisemos ter a atenção fixada neles, ou seja, ocorre sem que deles tomemos conhecimento, portanto fora da nossa consciência.

A mente inconsciente é o reservatório de todas as experiências vividas e das funções automáticas e perfaz pelo menos 98% de nossa vida mental. Todo aprendizado, toda mudança e todo comportamento são inconscientes. O consciente está sob nosso domínio a cada momento; podemos escolher sobre o que fixamos nossa atenção. O inconsciente não está sob nosso domínio e, por outro lado, domina nossa vida e tem poder ilimitado.

Se trabalharmos com o inconsciente, poderemos realizar coisas que estão fora do domínio consciente. Todos já tiveram a experiência de, numa situação extrema, conseguir fazer alguma coisa antes inimaginável. Após o fato passado, chega a dizer: “Não sei como consegui fazer o que fiz!” Ou seja, fez algo que não acreditava ter capacidade para fazer e fez movido por alguma força fora da sua atenção consciente.

O que é Hipnose

Essa capacidade desconhecida é o campo de ação da hipnose, hoje aceita como recurso médico, mas que é ignorada pela larga maioria dos profissionais da medicina. A hipnose nos permite dissociar as duas partes da mente, ter acesso aos poderes do inconsciente e induzir um estado de transe natural para o fim específico de benefício da pessoa, no caso da hipnose terapêutica.

Na definição de Fabio Puentes é: “um estado de concentração incrementada, que clarifica a mente e elimina toda negatividade, no qual as sugestões se realizam com uma potência muito maior da que é possível em condições normais”.
Durante a hipnose ocorre um estágio de pré-sonolência, consciência passiva e sensação de paz. Isso produz descontração muscular, relaxamento e calma. É um estado intermediário entre a vigília e o sono fisiológico.

Nessa situação, reduz-se o campo da consciência, cessa a percepção crítica e abre-se o caminho para atuar sobre o inconsciente. As sugestões dadas em estado de sono hipnótico atingem a mente inconsciente e exercem influência sobre o comportamento e os sentimentos sem a participação intencional da pessoa.

Da mesma forma que as crenças inconscientes levam a pessoa a agir sempre de determinadas formas, uma sugestão hipnótica é capaz de alterar condições fisiológicas, psicológicas e comportamentais sem que a pessoa se dê conta de como ocorreu a mudança.

Tipos de indução hipnótica

A hipnose pode ser induzida em adultos por diversos métodos que focalizem a atenção, acalmem ou produzam monotonia ou confusão. Relaxamento muscular é um método eficiente. Nem toda hipnose exige relaxamento. Sempre que se está em profunda concentração pode-se estar em estado hipnótico. Isso ocorre quando alguém está em atividade, comocorrendo, nadando, dançando completamente absorvido pelo que está fazendo e, conseqüentemente, desligado de qualquer outra coisa que esteja acontecendo em volta.

Quando está totalmente absorto por uma leitura ou pela assistência a um filme ou por um pensamento ou numa prática religiosa da mesma forma está hipnotizada. Pode-se considerar que todas as pessoas já foram de alguma forma hipnotizadas e passam por rápidos transes hipnóticos várias vezes por dia.

Também pode ser induzida por meio de uma linguagem especial, com o emprego de termos específicos e diferenciados para cada pessoa e utilizando coisas da própria pessoa, ao invés de induzir um transe formal. Em crianças, a hipnose pode ser induzida levando-as a imaginar que estão assistindo a televisão ou a um filme ou empregando algum meio de distração.

Aplicação em Dermatologia

A hipnose não é tratamento nem psicoterapia, mas um recurso auxiliar que consiste de consciência estreitada e seletiva, atenção focalizada e restrita e elevada sugestibilidade. Pode regular o fluxo sanguíneo e outras funções autônomas, que não estão normalmente sob o controle consciente.

Em dermatologia, pode diminuir a dor na pele, o prurido, intervir em aspectos psicossomáticos de doenças cutâneas e levar à resolução ou controle de algumas dermatoses, como verrugas vulgares, psoríase, dermatite atópica, urticária, acne escoriada, alopecia areata, eritrodermia ictiosiforme congênita, dermatite disidrosiforme, eritromelalgia, furunculose, glossodinia, herpes simples, hiperidrose, ictiose vulgar, líquen plano, neurodermite, dermatite numular, nevralgia pós-herpética, rosácea, tricotilomania e vitiligo, segundo Philip D. Shenefelt, professor associado da Divisão de Dermatologia e Cirurgia Cutânea da Faculdade de Medicina da South Florida University.

Esse autor afirma que, entre as vantagens da hipnoterapia médica, estão a capacidade de obter resposta, quando outras modalidades de tratamento falharam, a possibilidade de reduzir recidivas e o poder dos pacientes de se tratarem e alcançarem um senso de controle, se forem treinados em auto-hipnose, a ausência de toxicidade e a relação custo-eficácia.

A aplicação deste tratamento pode ter como resultado pacientes satisfeitos e agradecidos, por sentirem o imediato efeito do método e perceberem, às vezes instantaneamente, o desaparecimento do incômodo. O trabalho pode visar a transformação da causa-raiz, a eliminação do sintoma ou a modificação da resposta condicionada ao sintoma.

Isso dependerá da história a ser colhida do paciente antes de realmente se proceder o tratamento e será orientado primeiramente para aquilo que for mais importante para o paciente.

Casos clínicos

Uma paciente se queixava de prurido em várias áreas da pele, que se manifestava com intensidade de quatro a seis vezes por dia, havia dois anos e meio. Já fora tratada com toda sorte de medicamentos indicados para o caso, principalmente corticosteróides, anti-histamínicos e ansiolíticos. A pele apresentava áreas de espessamento e escurecimento em virtude do atrito frequente.

Na anamnese, verificamos que a paciente se recordava do momento de início do sintoma, que havia sido um conflito entre suas perspectivas estabelecidas à época e uma nova realidade, que impedia seus planos de serem realizados. Feita uma sessão de hipnose com sugestão de recuperação da pele, na segunda sessão a paciente se dizia menos ansiosa, a pele estava com melhor textura e o prurido se manifestava somente uma a duas vezes por dia.

Foi dada, então, a sugestão de que a atividade que fora obrigada a desenvolver, que não correspondia a seus desejos, teve uma finalidade elevada e que fora muito benéfica para ela e sua família. Na terceira sessão, a pele estava curada e só sentia leve prurido em uma pequena área. Na quarta sessão, não havia mais sinal de lesão cutânea e o prurido tinha desaparecido.
Outra paciente, apresentava manchas de vitiligo no rosto, que vinham sendo tratadas havia alguns anos. Prescrevemos apenas um creme para o rosto e iniciamos sessões de hipnose com sugestão de repigmentação. Na segunda sessão, a pele alterada já tinha intensa repigmentação. Na terceira sessão, a repigmentação era quase completa.

Entre a primeira e a terceira sessões decorreram apenas quatro semanas. As manchas de vitiligo normalmente levam meses para começar a ter início de repigmentação.

Outra paciente, sofria de manchas brancas, típicas de vitiligo, no lado esquerdo do rosto, desde o supercílio até atrás da orelha. Também foi prescrito um creme e iniciaram-se sessões quinzenais de hipnose. Após oito sessões, que levaram três meses, a recuperação já era de 70%.

Outra paciente era alérgica a ácido acetil-salicílico, procaína e sulfa e veio a consulta com queixa de urticária, acompanhada de intenso prurido, que durava já mais de dois meses. Tinha sido tratada com os medicamentos indicados para a doença, que foram anti-histamínicos, antipruriginosos e cremes de corticosteróides sem nenhuma melhora. Relatou estar muito tensa por um problema familiar, que já deveria ter sido resolvido, mas por motivo profissional, prolongava-se e estava sem término previsível.

Foi mantido o medicamento anti-histamínico e foi feita uma sessão de hipnose com foco na solução do problema. Na semana seguinte, por ocasião da segunda sessão, não havia mais empolação nem coceira. A paciente não precisou voltar para a terceira sessão.
Colaboração: Dr. Roberto Azambuja - Dermatologista


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Matéria originalmente publicada pelo site Dermatologia.net, no seguinte link:



Hipnose no controle da dor em pacientes com câncer de mama


Tradução: www.sbhh.org.br

A hipnose pode ser um meio eficaz de tratar a dor em mulheres com câncer de mama, de acordo com uma pesquisa.

De acordo com a Dra. Lisa D. Butler, autora principal do estudo, professora adjunta da Faculdade de Trabalho Social, membro do corpo docente do Centro de Pesquisa Social da Universidade de Buffalo, o estudo randomizado avaliou a dor e o sofrimento, a frequência da dor e o grau de dor constante em 124 mulheres com câncer de mama metastático.

Para chegar à conclusão, os pesquisadores registraram os níveis de dor em intervalos de quatro meses durante um ano. As mulheres que foram atribuídas ao grupo de tratamento receberam psicoterapia de grupo, bem como instrução e prática da hipnose para moderar seus sintomas de dor.
Elas relataram “aumento significativamente menor na intensidade da dor e sofrimento ao longo do tempo”, em comparação com um grupo controle, onde as mulheres não receberam a psicoterapia de grupo.

No entanto, aquelas que receberam hipnose não relataram redução significativa na frequência ou na constância dos episódios de dor.

“Os resultados deste estudo sugerem que a experiência de dor e sofrimento para as pacientes com câncer de mama metastático pode ser reduzida com sucesso com uma intervenção que inclui hipnose num ambiente de terapia de grupo”, afirma Butler. “Esses resultados ampliam a crescente literatura apoiando o uso da hipnose como tratamento complementar para pacientes com experiência de dor”.

O estudo foi publicado no ano passado, (2009), em uma edição do periódico Health Psychology, da American Psychological Association.

Fontes: Link para o abstract do estudo.

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Matéria originalmente publicada em março de 2010 pelo site SBHH, no seguinte link:


Hipnose traz benefícios durante a gravidez e no parto


Tradução: www.sbhh.org.br

A hipnose tem sido usada durante o parto por aproximadamente cem anos. Muitas pesquisas têm sido realizadas para estudar os efeitos da hipnose sobre a gravidez e o parto. A hipnose tem sido utilizada em mulheres durante o trabalho de parto para ajudar a reduzir a dor. A hipnose pode ser usada como um analgésico natural, não só para reduzir a dor, mas também para reduzir o uso de analgésicos. Além do gerenciamento da dor, a auto-hipnose tem sido usada para controlar a respiração durante o trabalho de parto. Outros estudos mostram que a hipnose tem um benefício psicológico para as mães e para os recém-nascidos.

Uma meta-análise de estudos realizados envolvendo a hipnose com gestantes foi comparada a intervenções sem hipnose, tratamento padrão e placebo. Medições primárias na meta-análise incluíram a analgesia utilizada durante o trabalho de parto e também os níveis de dor durante o trabalho de parto. A meta-análise incluiu 8.395 mulheres que tinham usado a hipnose durante a gravidez ou no parto. A análise concluiu que menos mulheres necessitaram utilizar uma forma de analgesia durante o trabalho de parto. As mulheres que receberam a hipnose relataram dor menos severa do que aquelas nos grupos de controle.

Em outro estudo, sessenta gestantes participaram. As participantes foram divididas em dois grupos baseados em sua sugestionabilidade. Todas receberam informações sobre o trabalho de parto e dicas sobre o controle da dor. Estes dois grupos foram então subdivididos, e metade recebeu uma indução hipnótica e a outra metade aprendeu exercícios de respiração e de relaxamento. As mulheres no grupo da hipnose e no grupo de alta sugestionabilidade relataram menos dor. Aquelas que usaram a hipnose relataram usar menos medicação e tiveram um trabalho de parto de fase 1 mais curto.

Outra meta-análise sobre vários estudos realizados utilizando-se a hipnose com mulheres grávidas mostrou que a hipnose reduziu o nível de intervenção médica durante o parto, além de reduzir os riscos para as mulheres e para os recém-nascidos. Um estudo mostrou que mulheres que foram treinadas para usar a hipnose durante o trabalho de parto muito raramente experimentaram depressão pós-parto. A hipnose pode ajudar a controlar tanto a depressão quanto a ansiedade relacionados com a gravidez, o parto, e a perspectiva de se tornar mãe. Isso demonstra que a hipnose pode apresentar muitos benefícios para as mulheres e seus recém-nascidos.

Um estudo descobriu que as mulheres foram mais sugestionáveis no segundo e terceiro trimestres da gravidez. O estudo mostrou que à medida que a gravidez avançava, a sugestionabilidade aumentava de acordo com a Escala de Hipnotizabilidade de Harvard. As mulheres grávidas também apresentaram níveis altos na Escala de Imaginação Criativa. Este estudo analisou as mulheres em dois períodos de tempo, quando estavam grávidas e não grávidas.

A pesquisa mostra que se as mulheres são mais sugestionáveis durante a gravidez, há mais um motivo para se usar a hipnose durante a gravidez e o trabalho de parto.

Fontes:
Alexander, B., Turnbull, D., & Cyna, A. (2009). The effect of pregnancy on hypnotizability. American Journal of Clinical Hypnosis.
Cyna, A.M., McAuliffe, G.L., & Andrew, M.I. (2004). Hypnosis for pain relief in labour and childbirth: A systematic review. British Journal of Anaesthesia, 93(4), 505-511.
Harmon, T.M., Hynan, M.T., & Tyre, T.E. (1990) Improved obstetric outcomes using hypnotic analgesia and skill mastery combined with childbirth educationJournal of Consulting and Clinical Psychology, 58(5), 525-530.


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Matéria originalmente publicada pelo site SBHH, no seguinte link: