Hipnose resgata vida de paciente
Adilson Camargo |
Foram treze anos de vida praticamente perdidos. Durante esse tempo, Edimara (que pediu para não ter o nome completo revelado), 39 anos, foi dominada pelo medo. Vítima da síndrome do pânico, de transtorno pós-traumático e de depressão, ela viu seus relacionamentos definharem a tal ponto que sua vida social foi anulada completamente. Edimara conta que procurava evitar a todo custo entrar em locais fechados onde havia muita gente. “Eu não me sentia segura. Tinha a sensação de que seria atacada a qualquer momento”, relata. Diante de tanto tormento, procurou ajuda psicológica e psiquiátrica por várias vezes, mas sempre desistia quando percebia que o tratamento não estava surtindo o efeito esperado. Durante sete anos, tomou medicamentos todos os dias para tentar controlar suas crises. No auge do desespero, eram três comprimidos por dia. Apesar dessas técnicas não contarem com a simpatia e a aceitação dentro da própria categoria de psicólogos, foi o que devolveu Edimara à vida. Foi com a ajuda dessas ferramentas que ela, aos poucos, foi superando seus traumas e a depressão. Edimara descobriu, por exemplo, que o anúncio de sua chegada não foi comemorado. A mãe não desejava a gravidez. Após ter descoberto isso, chegando em casa foi conversar com a mãe, que confirmou a rejeição inicial. Edimara conta que durante a regressão ela foi se sentindo como se estivesse encolhendo, até chegar ao tamanho de um feto. “É uma sensação indescritível”, comenta. Apesar de estar em um estado hipnótico, de semiconsciência, ela diz que tem noção de tudo o que está acontecendo ao seu redor durante a regressão. Ela conta que o principal motivo de sua depressão era o sentimento de baixa estima e de inferioridade perante outras pessoas. A partir do momento em que foi identificada a origem desse sentimento, a história de Edimara começou a mudar, para melhor. Com o mesmo trabalho, foram sendo diagnosticadas as causas da síndrome do pânico e do transtorno pós-traumático. Faz um ano que ela parou com os medicamentos. “Ainda enfrento algumas limitações, mas nada comparado ao que eu vivia antes”, afirma a paciente. Desde seu “renascimento”, Edimara já teve um namorado, algo impensável antes de iniciar o tratamento. O progresso dela foi tão significativo que não pensa em abandonar suas visitas periódicas à psicóloga. “Mesmo que as sessões fiquem mais espaçadas, não pretendo parar”, avisa. Segundo ela, trata-se de uma experiência que traz mais segurança para a vida diária. NOTA: Matéria originalmente publicada por Jornal da Cidade de Bauru, no seguinte link: http://www.jcnet.com.br/detalhe_geral.php?codigo=197294 |
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